terça-feira, 10 de agosto de 2010

Just do it...! - II

Finalmente… a retrospectiva!
Esquiva é a única situação em que consegui fazer a análise final.
Triste. Desgostosa por ter de a fazer.
É sinal de que acabou.
Alguém quando chega de uma viagem sozinho, vem tão abastado de emoções que lhe faltam as palavras, falta-lhe a pujança nos dedos para escrever e a imaginação para despejar sobre o que foi, sobre o já feito.
Talvez o facto de não querer minimizar tão grandes e envolventes situações seja razão para tal falta de coragem.
Talvez porque sinta que o ‘tão bom’ que me circula no espírito, quando pego na caneta e no sagrado caderno, me chispa entre os dedos. Em todos os momentos que fiz e faço.
Agora, com um dever para com alguma coisa ou alguém, atrevo-me a fazer tamanha impossibilidade.
E a linha vai torta…
Juro que estou a fazer algo parecido a rezar para que consiga agradecer tudo o que quero agradecer sem menosprezar uma única gota de água, uma única brisa, um único toque.
Só ontem. Dois dias depois de ter chegado.
Fui para a água, mesmo não havendo boas ondas, estava um por do sol de invejar, um cheiro de maresia que me entrava nos pulmões e por breves momentos parecia teimar em envolver-me, curando um pouco de alguma coisa em mim.
Silêncio. No vasto e proporcionado silêncio que o Oceano oferece.
Calada. Também não tinha nada para dizer, ou mesmo que tivesse, ninguém me ouviria.
Contudo, naquela hora já velha da tarde, eu sabia que estava no sítio certo.
Já sabia o que queria escrever e o que nem com as palavras mais pintadas do mundo faria o mínimo de sentido.
A vida é realmente pequena quando há tanto para se conhecer.
Sou (somos) uma ínfima parte do mundo. Bastante minúscula por sinal.
Quando se vai sozinho e com o espírito aberto ao diferente, aprende-se muito mais.
Quando se vai sozinho, sente-se mais.
Quando se vai sozinho, é mais em maior quantidade.
Todas as árvores, as pedras da calçada, as pessoas, as ondas, os sons, as conversas destes 5 dias… vão ficar gravados por muito tempo na minha vida até que o tempo não perdoe e a velhice seja mais forte do que eu!

4 comentários:

  1. um fim nunca o chega a ser. pode ser sempre um novo recomeço. como uma onda que se desvanece mas que volta sempre a renascer. não podes prolongar esses momentos perfeitos por isso vive-os com toda a intensidade e paixão. não vivas em memórias de algo que já aconteceu. vive o futuro. o futuro é agora e é todo teu e só depende do teu amor da tua paixão torna-lo ainda melhor do que o passado que já viveste.

    ResponderEliminar
  2. é... acho que vc conseguiu passar um pouco do que vivenciou. Acredito que são nesses momentos onde o barato da vida é vivido de fato, onde a vida é realmente vivida!

    BJ!

    ResponderEliminar
  3. Muito legal sua sensibilidade! Que vc nunca perca esta contemplação... É inspirador para ratos urbanos como eu.

    Adoro essa musica do Eddie Wedder. Comprei este album ontem! Muito legal!

    :-)

    ResponderEliminar
  4. tens toda a razao, ja passei por algumas

    ResponderEliminar