quarta-feira, 3 de novembro de 2010

We can make the World win! - O Apelo.

Sentada na areia, com areia à frente e areia no sangue.
Uma vez, num texto escrito por Nuno Lobito, li que somos “escravos da nossa própria existência”. Na altura, som todo o meu cepticismo, achei a frase totalmente verdadeira.
No entanto, depois de pensar um pouco mais no assunto, depois de deixar a frase entrar-me como sal, cheguei à conclusão de que não era assim tão verídica.
Nós não somos escravos da nossa existência, nós não somos, logo à partida, servos.
Somos nós que decidimos o que somos, ou pelo menos, pelo que queremos lutar para ser.
Por mais que a sociedade se encarregue em tornar esta reflexão numa utopia, existem outros pequenos momentos que estão ao nosso total alcance e a tornam autêntica.
Atiram-nos à focinheira todos os dias que vivemos num mundo injusto, que por mais que façamos nada nos irá levar a lado nenhum.
Desaguam notícias de que a vida está (ainda mais) difícil, que existem problemas sem solução acessível, exemplos de vidas que perderam o brilho e nos cortam nos sonhos.
Dizem-me (dizem-nos) que as multidões de jovens esperançosos que existem e têm o espírito de mudança, não têm impacto nenhum.
Talvez ainda não tenham porque os ‘adultos’ sábios e experientes perdem essa alma, esquecem-se dessa inteligência, perdem-na, embora concordem e a sua vontade seja comum. Não agem.
Já interiorizaram o facto de serem “escravos da sua própria existência”.
Claro, sim claro, falo de uma forma generalizada, tal como anteposta a frase.
Resta-nos esperar que essa massa de jovens se torne adulta e acreditar que irá ter a força necessária para não se banalizar?
Ou será que podíamos começar desde já a mudar, a libertar-nos dessas tais cadeias hipotéticas?
Convido-vos a saírem, pisarem a areia, a terra, a água…
Convido-vos a sentirem o ar, a chuva e o sol. Convido-vos a abrirem os braços à natureza e à existência, a deixarem que o corpo sonhe por um bocadinho, a fecharem os olhos, a ouvirem, e principalmente… a serem o que outrora foram.
Convido-vos a porem de lado a vingança nos outros tantos iguais a vocês, os outros que também foram injustiçados e se iram querer vingar.
Convido-vos a darem o vosso melhor, a darem sem esperar sempre receber.
Peço-vos que dêm um modelo a seguir, que ajudem e aceitem ser ajudados.
É errado desistir do difícil, cruzar os tentáculos e esperar que os próximos façam por nós.
Deixem o “no meu tempo…”, o vosso tempo é agora!
É obvio que é mais fácil abonarem-me com uma lista de problemas, uma série de argumentos para me desvendarem que “não há nada a fazer”, mas desculpem-me, vou continuar a acreditar em vocês.
Eu acredito, acreditem!
Como eu existem mais do que vocês avaliam. Aliás, existem mais como vocês que ainda acreditam do que imaginam existir.
Não se deixem ganhar, não se deixem disseminar.
Convido-vos a reflectirem um bocadinho na beleza da vida humana e no que o planeta vos oferece gratuitamente.
Toda a gente, em qualquer parte do mundo, precisa de outro alguém. Somos 7 bilhões no mundo. Mesmo quando achamos que estamos sozinhos, não estamos, de todo.
Quando consideramos que ninguém vai querer o que queremos, vamos tentar lembrar-nos da dimensão da raça humana.
Todos queremos o mesmo.
Cada um escolhe o seu caminho, cada um decide pelo que lutar, decide no que acreditar, decide se irá ser fraco ou forte, se será escravo ou pioneiro.
Uma coisa é certa, ninguém é de ninguém e o melhor que a vida nos tem para oferecer somos nós mesmos.
Comecem por tentar tornar o mundo num lugar melhor para viver, mesmo que por agora, seja apenas o vosso mundo e o das pessoas que vos rodeiam.
Acreditem na reacção em cadeia.
Ela existe, garanto-vos!

2 comentários:

  1. Gosto dos seus textos... São uma verdadeira celebração à vida!

    Vc tem razão, quando assumimos a postura e as rédeas da construção de nosso próprio ser, nossa, como isso em muitos aspectos é libertador!

    :-)

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  2. Obrigada! É optimo saber que tenho alguns seguidores atentos como tu (tomei a liberdade de te tratar por 'tu') e tantos outros que vão vendo, gostando e comentando... mesmo que interiormente. :)
    Obrigada, mais uma vez.

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