terça-feira, 20 de julho de 2010

Just do it...!

Mochila. Prancha. Maquina fotográfica. Caderno.
Uma colher de receio e quatro copos de loucura.
São os ingredientes de que preciso para uma reciclagem ao espírito.
Sim, não se trata de uma lustração, mas pode lá chegar.
Tenho 5 dias. 5 dias para curar da fadiga psicológica, da agitação rotineira, do ruído já acostumado, das pessoas repetidas.
Eu sei. Sei que não vou longe, sei que não me vou apagar tanto quanto quero. Não vou ter saudades.
Medo do quê? Só se for de mim mesma. Preciso de mim. Não me esqueço dos que também carecem.
Não vou sozinha. Apenas não tenho a companhia das pessoas que já conheço, não tenho tema de conversa com o vizinho do lado, não conheço os lugares, os cheiros, as vozes.
- Experimenta! Agarra na tua mochila, na tua prancha e mete-te num comboio para o mais remoto que te for possível de momento. Não quero que te tornes igual, Carolina.
Não quero vás para onde toda a gente vai ou faças o que toda a gente faz.
Falou-me ele.
Para onde vais? – Não sei.
Porque tenho de ter tal sapiência? Não sei com quem vou estar.
Alias, porque é que interrogo sempre “porquê” e não me limito apenas a responder?
Não é preciso algo estar mal para alguém se ir embora (mais não seja 5 dias).
Não é preciso estar-se cheio para se fugir.
Não é preciso não gostar para não se ter saudades.
És livre, pássaro pacóvio!
Trata-se apenas disso: liberdade.
Liberdade e umas pingas de sangue frio (bem me parecia que me falhava alguma coisa).
Não é preciso ser-se louco para se cometer loucuras.
Os loucos só existem porque existe um descomunal grupo de pessoas que decidiram ser iguais, ou que foram débeis para se conseguirem manter únicas.
Os loucos apenas são o que sempre foram.
Por favor, peço-te, vai! Conhece e conhece-te. Respira uma vez na vida. Toca.
Por favor, sente e faz-te sentir.